Por Moema Ameom
Como em um carrossel, vamos girar
a ampulheta para brincar de Guerra Santa. Foi nesta época, provavelmente, que
os medos maiores começaram a se instalar nos Sistemas Humanos, isto para não
citar a descoberta do fogo, quando pauzinhos e pedrinhas eram atritadas
produzindo labaredas; sem falar do advento da roda! Vamos, por momentos, determo-nos
nas tais guerras que tinham como objetivo maior trazer a Paz ao instalar e
instaurar verdades absolutas em nome de um só Deus!
Qualquer movimento de reação era
conceituado como sendo ações diabólicas provenientes de um ser subterrâneo; chorar,
gritar, esbravejar, reivindicar direitos, enfim, toda e qualquer forma de
reação colocada pra fora do corpo era vista como sendo obra do diabo. Até
bocejar era pecado. Amar era pecado; procriar não.
Caminhando pela estrada da incoerência
disseminada nesta “época abençoada”, vamos desaguar na 2ª.Guerra Mundial,
passando pela descoberta da Psicologia por Freud (
1856 / 1939 ). O mestre da insanidade! Imagine o que foi descobrir,
dentro de uma sociedade apavorada com suas próprias reações, que existia um
cérebro capaz de ser controlado por palavras que, uma vez estudadas, tinham o
poder de orientar atitudes! E não vamos aqui nos estender dissertando sobre a
lobotomia (ou locotomia) descoberta por António Egas Moniz em 1935 que recebeu
o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1949; o sucesso levou a técnica a ser
utilizada em crianças que demonstravam “mal comportamento”.
Quantas mulheres foram
lobotomizadas pelo simples fato de sentirem um orgasmo mais profundo capaz de levá-las
ao delírio do prazer! Prostitutas até podiam vivenciar tal fato desde que não
atrapalhassem seus homens com sandices sensoriais! Tudo por uma razão ajustada no
controle sócio-educacional!
E crianças nasciam dessas
mulheres.
E homens existiam dentre a estas
crianças.
Assim a sociedade foi sendo
construída no medo das reações orgânicas. Sentidos, Cognição, Sentimentos
continuaram sendo ações pecaminosas. Perceber, intuir, imaginar, talvez fosse
coisas permitidas aos artistas, mas estes viviam à margem da sociedade.
Muito pouco adiantou Sócrates,
nascido em 470 DC ter dito que “Sábio é aquele que conhece os limites da
própria ignorância”; ou Nietzsche (1844/1900) salientar que “ Não somos como
aqueles que chegam a formar pensamentos senão no meio dos livros- o nosso
hábito é pensar ao ar livre, andando, saltando, escalando, dançando(...)”.
Seguimos dando maior ênfase ao controle das emoções e reações orgânicas.
Deixar
sair das vísceras os gazes incomodativos que tanto malefício lhes causa era
pecado. Feio. Sujo. Falta de educação. Não fale; não sinta; não emita opiniões!
Sim. A educação estava pautada
nos processos de repressão. Estava?
Durante a 2ª.Guerra Mundial, alemães e
americanos dominaram o campo da ciência com descobertas inovadoras e assustadoras.
Cobaias humanas (como sempre) foram utilizadas com mais refinamento. Afinal de
contas, mentes apavoradas, com redes de medo reprimidas, são capazes de gerar
sádicos processos de vida. Colocar os medos para fora é questão imprescindível
para a sobrevivência. E assim adentramos na “nova” (?) Era, onde os medos
ganharam o suporte da ciência para serem melhor controlados. Desde então a
humanidade a.credita, dá créditos a si mesmo como estando em um processo de
evolução. SIM.
Técnica.mente não podemos dizer que seja mentira.
Hoje somos capazes de fazer
máquinas se moverem com o simples ato de pensar. Descobriu-se que emitimos
ondas sonoras; que somos aparelhos eletros-estáticos e magnéticos. Quem tem acesso
a estas informações? Como são utilizadas? Isto não interessa. Não há tempo para
se perder com tantas bobagens. Os seres humanos permanecem em seus papéis de
cobaias. Ou seja, quanto menor for a conscientização dos fatos, melhor.
Qual a diferença entre as cobaias
de ontem (as dos campos de concentração, por exemplo) e as de hoje? Talvez seja
a rede da ilusão que, através do avanço tecnológico dá ao Homem a sensação de
poder que ele tanto precisa para se sentir existente. EU POSSO...é muito
importante crer nesta máxima. E os marqueteiros sabem disso.
Quando vejo anúncios disseminando
a importância dos aparelhos em detrimento da afetividade familiar – já deram
atenção devida ao anúncio onde um Pai assina um programa de TV para resgatar
filhos e mulher que fugiram de casa? - ; quando vejo jovens levando soco na
cara dado por um “Line”porque estão falando de suas emoções e logo depois
aprendem que para não levar os socos precisam “falar menos e digitar mais”;
quando modelo mundialmente famosa se coloca como uma pessoa estúpida dizendo
que não sabia que cabelos envelheciam; quando percebo valores humanos sendo
comparados à compra um belo carro; quando imagem de vida saudável é comer
margarina que faz sorrir todo o tempo ou programa que dá receitas para manter a
boa saúde incompatíveis com a renda per
capita do nosso povo, deduzo que realmente continuamos na posição de
cobaias de uma sociedade consumista. Até os tanques e armas já estão nas ruas
como sempre estiveram.
Pessoas gritam e esperneiam por
aumento de salários quando, se quisessem crescer realmente, teriam que lutar
por diminuição do custo de vida. Mas, mentes obliteradas, estas que aprenderam
a escamotear sentimentos e a construir suas razões e lógicas no MEDO, só podem
mesmo caminhar por esta trilha antiga que nada construiu até aqui e que
certamente continuará a não construir. O poder está nas mãos externas e não nas
que cada um usa para estruturar sua individualidade. A união que faz a força
não é aquela que faz fanfarra. Formigas não alardeiam seus movimentos. Apenas
executam cada uma com sua real potência, suas ações do cotidiano. Aprender com
formigas? JAMAIS! Não dá status. Não entra na mídia.
Tenho esperança no crescimento
verdadeiro, mas sei que, com a evolução da ciência, com a descoberta de uma
Inteligência Emocional, com o advento da Neurolingüística, a maioria dos Homens
tornou-se poderosa demais instalando-se nos pedestais de sua verdades absolutas.O
senso de humanidade está acabando.
O que restará? Robôs de
laboratório? Já vejo milhares à minha volta sendo manipulados por seus próprios
Egos inflados atrelados em outros mais inflados ainda. A Grande Matrix!
O Id (nossa criança-mestre
interior), existente na medula óssea, sinaliza para o Sistema Humano a
constante renovação molecular, esta não é percebida e quando o é gera foco
externo por precisar de A.Tensão (regulagem do Hipo e Hiper tônus). Busca
contato com o que é aceito no cômputo geral da sociedade em que vive. Tem medo
dos bullings que sofrerá se não
entrar na “onda”. A criatividade é morta pela tela do computador onde tudo se copia e nada se transforma sob pena
de não ser aceito.
Este é um o movimento permanente;
o círculo vicioso em que vive a humanidade há milênios.
A Guerra Santa ainda esta aqui. O
separativismo perdura alimentando o MEDO da totalidade. Os olhares não ganham reVisão; continuam a ver
pequeno dentro de quadrados onde a luz não entra.
Estamos nas trevas com medo
do diabo!
O que há de ser de nossas
crianças?
12 de Outubro de 2013
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