Por Moema Ameom
Vejo o ato criativo como sendo filhos
e filhas que brotam do organismo vivo. Surgem do imaginário, constroem-se pelo
amor e, após gestados, ganham forma e se materializam.
Seja em um arroz feito a beira do
fogão, ou um poema rabiscado às escondidas; seja no ato de varrer e espanar uma
casa ou no feto que vem à luz, tudo que sai de nós é criação. Gosto de dizer,
inclusive, para que não esqueçamos as fezes, a urina, as lágrimas, o muco, o
suor que, mesmo vistos como “coisas desagradáveis” saem de nós e muito nos
ensinam sobre o que é transformação.
Os bebês....estes vistos com tanta
candura....saem de um mundo fedido, sangrento, viscoso, barulhento, escuro e
misterioso, trazendo-nos a magia da beleza!
Vêm à tona sinalizando-nos as verdades d’alma
que teimamos em esconder de nossa consciência. Gritam o que não temos coragem
de gritar, choram, esperneiam, sorriem a toa, brincam com o vazio, e deixam-nos
abobalhados diante do nada, que tudo passa a representar em nossas vidas.
Homens e mulheres se entrelaçam gerando
pensamentos uníssonos... e isto porque descobrem-se capazes de criar algo
unidos onde forças opostas se atraem e se complementam.
Homenageio hoje meu neto Luke que
está chegando... colocando rocks on rolls a nossa volta e mostrando-nos desde
já...a que vem. Com esta bela dupla de netos que o Universo me deu – Lavínia e
Luke – sinto-me no pedestal da glória e louvo-os com palavras que não são
minhas.
“Vossos
filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas do desejo da vida por si
mesma. Eles vêm através de vós, mas não de vós. E apesar de estarem convosco,
não pertencem a vós.
Podeis dar-lhes vosso
amor, mas não vossos pensamentos. Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas. Pois suas almas vivem na casa
do amanha, a qual vós não podeis visitar, nem mesmo e vossos sonhos.
Podeis esforçar-vos em
ser como eles, mas não tentai fazê-los como vós. Pois a vida não volta para
trás, em permanece no dia de ontem.
Sois os arcos dos quais
seus filhos, como flechas vivas, são arremessados.
O arqueiro vê o alvo no
caminho do infinito, e Ele vos dobra com Seu poder para que Suas flechas possam
ir longe e velozes.
Deixai que o Arqueiro
vos curve com alegria; pois assim como Ele ama a flecha que voa, Ele também ama
o arco que é estável.” Khalil Gibran em O Profeta.
Sim. Todo ato criativo não nos
pertence. É fruto da vida e do amor dela por ela mesma. Cabe-nos apenas admirar
a criação e dar-lhe condições de seguir adiante.
Desenvolver e recriar muita
atenção em nosso Sistema Humano colocando nossa capacidade criativa a serviço
da reinvenção, e assim fazendo, construir a trilha da comunicação límpida e
única entre o sentimento e a razão.
Deixar fluir as emoções provenientes deste
olhar. Aprender a aprender com a verdade d’alma rompendo as amarras com um
passado onde a hipocrisia nos ensinou a trilhar caminhos opostos ao fluxo
vital.
Como bem diz Marcela Serrado em seu
livro Dez Mulheres, “Tudo se repete, tudo
volta a acontecer geração após geração, avós, mães, filhas, uma linha eterna.
Até que alguma delas a rompe, dá uma virada e quebra a repetição.”
“Porque parece tão
importante buscar a liberdade?” Questiona a psicanalista Lilia Pandolfi em seu artigo para o
jornal Prana. “Porque chegou o momento de
não mais sofrer como a maioria de nossas mães. De admirar aquelas que souberam
saltar fora da armadilha tão bem engendrada que apresenta a vítima como
heroína. De seguir abrindo caminho de resgate, de atravessar seu tempo de vida
sem assumir-se culpada por ter conhecido o prazer. E, assim, sem precisar
provar nada para o mundo, usufruir do fato de acordar sem angústia, sem
ansiedade, por ter aprendido a se aceitar como é, não temendo mais estar fora
dos padrões estabelecidos por uma sociedade limitada a preconceitos.”
Quebrar paradigmas já sinalizados em
1931 por Khalil Gibran e tantos outros filósofos e pensadores.
Como re.Criar atos de desprendimento,
de renovação, de transformação molecular?
Como utilizar pensamentos a serviço de nossos atos e ações?
De onde surge a dificuldade?
Moitakuá sabe como desvendar estes mistérios
e muitos outros.
Você quer conhecê-lo?