10 de fevereiro de 2013

CRIAÇÃO - Homenagem à Luke




Por Moema Ameom

Vejo o ato criativo como sendo filhos e filhas que brotam do organismo vivo. Surgem do imaginário, constroem-se pelo amor e, após gestados, ganham forma e se materializam.

Seja em um arroz feito a beira do fogão, ou um poema rabiscado às escondidas; seja no ato de varrer e espanar uma casa ou no feto que vem à luz, tudo que sai de nós é criação. Gosto de dizer, inclusive, para que não esqueçamos as fezes, a urina, as lágrimas, o muco, o suor que, mesmo vistos como “coisas desagradáveis” saem de nós e muito nos ensinam sobre o que é transformação.

Os bebês....estes vistos com tanta candura....saem de um mundo fedido, sangrento, viscoso, barulhento, escuro e misterioso, trazendo-nos a magia da beleza!  
Vêm à tona sinalizando-nos as verdades d’alma que teimamos em esconder de nossa consciência. Gritam o que não temos coragem de gritar, choram, esperneiam, sorriem a toa, brincam com o vazio, e deixam-nos abobalhados diante do nada, que tudo passa a representar em nossas vidas.

Homens e mulheres se entrelaçam gerando pensamentos uníssonos... e isto porque descobrem-se capazes de criar algo unidos onde forças opostas se atraem e se complementam.

Homenageio hoje meu neto Luke que está chegando... colocando rocks on rolls a nossa volta e mostrando-nos desde já...a que vem. Com esta bela dupla de netos que o Universo me deu – Lavínia e Luke – sinto-me no pedestal da glória e louvo-os com palavras que não são minhas.

Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas do desejo da vida por si mesma. Eles vêm através de vós, mas não de vós. E apesar de estarem convosco, não pertencem a vós.

Podeis dar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos. Porque eles têm seus próprios pensamentos. Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas. Pois suas almas vivem na casa do amanha, a qual vós não podeis visitar, nem mesmo e vossos sonhos.

Podeis esforçar-vos em ser como eles, mas não tentai fazê-los como vós. Pois a vida não volta para trás, em permanece no dia de ontem.

Sois os arcos dos quais seus filhos, como flechas vivas, são arremessados.

O arqueiro vê o alvo no caminho do infinito, e Ele vos dobra com Seu poder para que Suas flechas possam ir longe e velozes.

Deixai que o Arqueiro vos curve com alegria; pois assim como Ele ama a flecha que voa, Ele também ama o arco que é estável.” Khalil Gibran em O Profeta.

Sim. Todo ato criativo não nos pertence. É fruto da vida e do amor dela por ela mesma. Cabe-nos apenas admirar a criação e dar-lhe condições de seguir adiante. 
Desenvolver e recriar muita atenção em nosso Sistema Humano colocando nossa capacidade criativa a serviço da reinvenção, e assim fazendo, construir a trilha da comunicação límpida e única entre o sentimento e a razão. 
Deixar fluir as emoções provenientes deste olhar. Aprender a aprender com a verdade d’alma rompendo as amarras com um passado onde a hipocrisia nos ensinou a trilhar caminhos opostos ao fluxo vital.

Como bem diz Marcela Serrado em seu livro Dez Mulheres, “Tudo se repete, tudo volta a acontecer geração após geração, avós, mães, filhas, uma linha eterna. Até que alguma delas a rompe, dá uma virada e quebra a repetição.”

“Porque parece tão importante buscar a liberdade?” Questiona a psicanalista Lilia Pandolfi em seu artigo para o jornal Prana. “Porque chegou o momento de não mais sofrer como a maioria de nossas mães. De admirar aquelas que souberam saltar fora da armadilha tão bem engendrada que apresenta a vítima como heroína. De seguir abrindo caminho de resgate, de atravessar seu tempo de vida sem assumir-se culpada por ter conhecido o prazer. E, assim, sem precisar provar nada para o mundo, usufruir do fato de acordar sem angústia, sem ansiedade, por ter aprendido a se aceitar como é, não temendo mais estar fora dos padrões estabelecidos por uma sociedade limitada a preconceitos.”

Quebrar paradigmas já sinalizados em 1931 por Khalil Gibran e tantos outros filósofos e pensadores.

Como re.Criar atos de desprendimento, de renovação, de transformação molecular? 
Como utilizar  pensamentos a serviço de nossos atos e ações? 
De onde surge a dificuldade?

Moitakuá sabe como desvendar estes mistérios e muitos outros.

Você quer conhecê-lo?