Por
Moema Ameom
Quando
o Dr.Stéphano Sabetti finalizou o prefácio do meu livro com a frase “ Que a
verdade venha à tona”, eu nem de longe podia imaginar o que ela significava,
apesar de, na época (1999) ter me imbuído da certeza de que sabia.
Este
desconhecimento interno, unido à imensa curiosidade e criatividade que é
peculiar ao meu Ser, moveu-me na direção do saber primitivo encolhido,
amordaçado e aprisionado nas profundezas da minha medula espinal. Meu Soma
guardava um tesouro precioso – uma Jóia Rara (para atualizar-me na novela da
TV), onde a Psiquê dançava aguardando a libertação.
Ali, naquela Dança Essencial, eu sabia que estavam
as minhas verdades.
Alcançá-las
tornou-se missão primordial; passei algumas prima.veras em busca daquela que
seria o núcleo da questão; a primeira verdade, existente in.mim qual semente
virgem para ser cultivada, adubada e germinada; de onde deveria ter extraído minha
ações e reações naturais. Flores de um jardim cujos frutos alimentariam minha
consciência.
Assim
não foi, portanto, restou-me o trabalho de replantio.
Aprendi
com alguns camponeses que cruzaram meu caminho a cuidar da Terra, a respeitá-la
e a celebrar cada ciclo vital que Ela nos dá para viver. Ainda relembrando meu
livro, uma parte dele causou polêmicas familiares intensas quando escrevi que
aprendi a ser mãe com a mangueira do fundo de meu quintal. Mas era e é verdade!
Fui entendendo que esses sentimentos vitais quando comunicados, causavam
discussões, agressões, desalinhos e desavença em minhas ondas emocionais; eu
colapsava. Enfraquecia-me distanciando-me do Corpo Ósseo onde existia a pérola
(energia vital). A casca da ostra endurecida teimava em não amolecer.
Quando
criei Moitakuá o fiz para tratar de
mim mesma. Precisava ordenar idéias e conceitos sobre o que sentia; construí
teorias para me auxiliar. Ganhei do OM seres humanos atraídos pelos movimentos
emanados; fui semeando em seus corpos o que colhia deles depois de
transformar-me com o que assimilava.
Hoje
estou percorrendo a 13ª.Primavera desde o início desta trajetória onde a busca
do meu interior fez-me percorrer múltiplos conhecimentos e reconhecimentos
fisiológicos, psicológicos, teológicos, filosóficos, fisiátricos, quânticos e,
principalmente, artísticos.
Descobri
que não daria para encontrar a verdade primordial enquanto acolhesse no Soma os
medos de vivências antigas. Re.cor.dar... Jamais seria capaz de colorir o
presente com os fluxos do prazer enquanto não reconhecesse o que foi colhido no
passado e como o apliquei no meu
caminho. Permiti um olhar intenso para o que foi vivido entregando-me
totalmente aos sentimentos que surgiam a cada visão. Assim fazendo fui amadurecendo
sentimentos, saindo da fuga construída no Corpo Etéreo e aproximando-me do Corpo Físico, meu Soma.
Faltava
deixar dançar em minha matéria, a Essência, a Energia Vital, a Psiquê!
Nesta
PRIMAVERA, diante do fogo da celebração, encontrei a chave!
Entendi
o que tanto enfraquecia meu amor próprio, minha auto-estima: o medo da
intuição!
“Em psicologia, intuição é um processo pelo qual os humanos
passam, às vezes e involuntariamente, para chegar a uma conclusão sobre algo.
Na intuição, o raciocínio que se usa para chegar a conclusão é puramente
inconsciente, fato que faz muitos acreditarem que a intuição é um processo paranormal
ou divino. Seu funcionamento e até mesmo sua existência são um enigma para a
ciência. Apesar de já existirem muitas teorias sobre o assunto, nenhuma é dada
ainda como definitiva. A intuição leva o sujeito a acreditar com determinação
que algo poderá acontecer.”
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intui%C3%A7%C3%A3o
Se
tivesse tido espaço para aprender desde sempre o quão artista eu era,
certamente teria amadurecido minha intuição, mas, quando a arte é dada de fora
para dentro, ela aumenta o medo da intuição por não abrir espaço para a
experimentação da mesma através da cognição.
Frases
como: “Você é uma artista que não sabe dar valor à arte que tem.” “ Você tem
talento mas não tem vocação.” “Se tivesse insistido no talento teria vencido e
hoje seria alguém com muito dinheiro e sucesso” desidrataram minha intuição
que, seca, pouco pode adubar a consciência. Por sorte a pérola não parou de
sacudir e chacoalhar a ostra, jogando-a em diversos níveis de inconsciência, para
conduzir-me à sua extração.
Em
meio ao mar cognitivo de emoções intensas, a intuição surgiu diante de mim
destonificando as cadeias musculares, desunindo os lados encefálicos,
desarmonizado os ossos do esqueleto, rompendo ligamentos, desestruturando as
vértebras, ampliando os ossos do crânio maximizando os movimentos vitais
celulares e moleculares, libertando a (in) consciência.
Ainda
bem que criei Moitakuá! Querido companheiro de agruras, dores e doenças!
É
interessante, mas um dos belos aprendizados que ele me deu foi que as dores das
doenças muito se assemelham as da cura. Quando não conseguimos descobrir as
diferenças, acabamos por tornar as doenças reincidentes, repetitivas e
ampliadas com o passar do tempo. O continuum
do fluxo transforma-se em cassetes de energia hiper-aquecendo a energia
vital. O Câncer é um das doenças que melhor nos ensina sobre este assunto.
Aprender
com a doença é algo difícil na grande maioria das vezes, mas esta dificuldade
só existe porque ela nos afasta da intuição, devido ao estresse emocional.
Quando exercitamos o Sistema Nervoso Periférico dando-lhe capacidade de se
livrar do excesso de hiper ou hipo tônus, Ela – a intuição- nos leva à cura.
Caminho tão doloroso quanto o outro, mas capaz de conduzir o Sistema Nervoso
Central ao Fluxo Vital de onde a vivência intuitiva e seu real valor ressurgem
do campo da inconsciência. As chamas da transformação conduzem às cinzas do
renascimento.
Alcancei
minha linha de raciocínio onde razão e lógica, de braços dados com as
sensibilidades gestam minha inteligência emocional.
Tenho
talento e vocação para ser eu mesma! Quem diria!
Olho
para trás sem medo de mergulhar nos sentimentos que as lembranças me trazem;
eles não mais adubam meu presente porque sei que a grande maioria não me
pertence. Fazem parte de aprendizados apreendidos e absorvidos sem a presença
da minha intuição.
Acolhi e aceitei tudo que me foi doado por saber que fui e sou responsável
pela plantação de meus atos, ações e reações em territórios alheios. Ninguém plantou por mim.
Bato
macumba para celebrar os elementais terra, fogo, água, ar. Como brasileira
miscigenada, celebro minha etnia e a capacidade que ela me deu de aprender a
aprender.
Que
a verdade sempre venha à tona!
Celebro
A MORTE para fazer girar a roda DA VIDA!
Que
Thanatus dance comigo ao som das
Rock on roll!