23 de setembro de 2013

É PRIMAVERA!

Por Moema Ameom



Quando o Dr.Stéphano Sabetti finalizou o prefácio do meu livro com a frase “ Que a verdade venha à tona”, eu nem de longe podia imaginar o que ela significava, apesar de, na época (1999) ter me imbuído da certeza de que sabia.

Este desconhecimento interno, unido à imensa curiosidade e criatividade que é peculiar ao meu Ser, moveu-me na direção do saber primitivo encolhido, amordaçado e aprisionado nas profundezas da minha medula espinal. Meu Soma guardava um tesouro precioso – uma Jóia Rara (para atualizar-me na novela da TV), onde a Psiquê dançava aguardando a libertação.

 Ali, naquela Dança Essencial, eu sabia que estavam as minhas verdades.

Alcançá-las tornou-se missão primordial; passei algumas prima.veras em busca daquela que seria o núcleo da questão; a primeira verdade, existente in.mim qual semente virgem para ser cultivada, adubada e germinada; de onde deveria ter extraído minha ações e reações naturais. Flores de um jardim cujos frutos alimentariam minha consciência.

Assim não foi, portanto, restou-me o trabalho de replantio.

Aprendi com alguns camponeses que cruzaram meu caminho a cuidar da Terra, a respeitá-la e a celebrar cada ciclo vital que Ela nos dá para viver. Ainda relembrando meu livro, uma parte dele causou polêmicas familiares intensas quando escrevi que aprendi a ser mãe com a mangueira do fundo de meu quintal. Mas era e é verdade! Fui entendendo que esses sentimentos vitais quando comunicados, causavam discussões, agressões, desalinhos e desavença em minhas ondas emocionais; eu colapsava. Enfraquecia-me distanciando-me do Corpo Ósseo onde existia a pérola (energia vital). A casca da ostra endurecida teimava em não amolecer.


Quando criei Moitakuá o fiz para tratar de mim mesma. Precisava ordenar idéias e conceitos sobre o que sentia; construí teorias para me auxiliar. Ganhei do OM seres humanos atraídos pelos movimentos emanados; fui semeando em seus corpos o que colhia deles depois de transformar-me com o que assimilava.

Hoje estou percorrendo a 13ª.Primavera desde o início desta trajetória onde a busca do meu interior fez-me percorrer múltiplos conhecimentos e reconhecimentos fisiológicos, psicológicos, teológicos, filosóficos, fisiátricos, quânticos e, principalmente, artísticos.

Descobri que não daria para encontrar a verdade primordial enquanto acolhesse no Soma os medos de vivências antigas. Re.cor.dar... Jamais seria capaz de colorir o presente com os fluxos do prazer enquanto não reconhecesse o que foi colhido no passado e como o apliquei no meu caminho. Permiti um olhar intenso para o que foi vivido entregando-me totalmente aos sentimentos que surgiam a cada visão. Assim fazendo fui amadurecendo sentimentos, saindo da fuga construída no Corpo Etéreo e  aproximando-me do Corpo Físico, meu Soma.

Faltava deixar dançar em minha matéria, a Essência, a Energia Vital, a Psiquê!

Nesta PRIMAVERA, diante do fogo da celebração, encontrei a chave!
Entendi o que tanto enfraquecia meu amor próprio, minha auto-estima: o medo da intuição!

“Em psicologia, intuição é um processo pelo qual os humanos passam, às vezes e involuntariamente, para chegar a uma conclusão sobre algo. Na intuição, o raciocínio que se usa para chegar a conclusão é puramente inconsciente, fato que faz muitos acreditarem que a intuição é um processo paranormal ou divino. Seu funcionamento e até mesmo sua existência são um enigma para a ciência. Apesar de já existirem muitas teorias sobre o assunto, nenhuma é dada ainda como definitiva. A intuição leva o sujeito a acreditar com determinação que algo poderá acontecer.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Intui%C3%A7%C3%A3o

Se tivesse tido espaço para aprender desde sempre o quão artista eu era, certamente teria amadurecido minha intuição, mas, quando a arte é dada de fora para dentro, ela aumenta o medo da intuição por não abrir espaço para a experimentação da mesma através da cognição.

Frases como: “Você é uma artista que não sabe dar valor à arte que tem.” “ Você tem talento mas não tem vocação.” “Se tivesse insistido no talento teria vencido e hoje seria alguém com muito dinheiro e sucesso” desidrataram minha intuição que, seca, pouco pode adubar a consciência. Por sorte a pérola não parou de sacudir e chacoalhar a ostra, jogando-a em diversos níveis de inconsciência, para conduzir-me à sua extração.

Em meio ao mar cognitivo de emoções intensas, a intuição surgiu diante de mim destonificando as cadeias musculares, desunindo os lados encefálicos, desarmonizado os ossos do esqueleto, rompendo ligamentos, desestruturando as vértebras, ampliando os ossos do crânio maximizando os movimentos vitais celulares e moleculares, libertando a (in) consciência.

Ainda bem que criei Moitakuá! Querido companheiro de agruras, dores e doenças!

É interessante, mas um dos belos aprendizados que ele me deu foi que as dores das doenças muito se assemelham as da cura. Quando não conseguimos descobrir as diferenças, acabamos por tornar as doenças reincidentes, repetitivas e ampliadas com o passar do tempo. O continuum do fluxo transforma-se em cassetes de energia hiper-aquecendo a energia vital. O Câncer é um das doenças que melhor nos ensina sobre este assunto. 

Aprender com a doença é algo difícil na grande maioria das vezes, mas esta dificuldade só existe porque ela nos afasta da intuição, devido ao estresse emocional. Quando exercitamos o Sistema Nervoso Periférico dando-lhe capacidade de se livrar do excesso de hiper ou hipo tônus, Ela – a intuição- nos leva à cura. Caminho tão doloroso quanto o outro, mas capaz de conduzir o Sistema Nervoso Central ao Fluxo Vital de onde a vivência intuitiva e seu real valor ressurgem do campo da inconsciência. As chamas da transformação conduzem às cinzas do renascimento.

Alcancei minha linha de raciocínio onde razão e lógica, de braços dados com as sensibilidades gestam minha inteligência emocional.

Tenho talento e vocação para ser eu mesma! Quem diria!

Olho para trás sem medo de mergulhar nos sentimentos que as lembranças me trazem; eles não mais adubam meu presente porque sei que a grande maioria não me pertence. Fazem parte de aprendizados apreendidos e absorvidos sem a presença da minha intuição.

Acolhi e aceitei tudo que me foi doado por saber que fui e sou responsável pela plantação de meus atos, ações e reações em territórios alheios. Ninguém plantou por mim.

Bato macumba para celebrar os elementais terra, fogo, água, ar. Como brasileira miscigenada, celebro minha etnia e a capacidade que ela me deu de aprender a aprender.



Que a verdade sempre venha à tona!

Celebro A MORTE para fazer girar a roda DA VIDA!

Que Thanatus dance comigo ao som das Rock on roll!
 


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