Personas
Venho a algum tempo querendo equilibrar as sensações captadas pelos lados direito e esquerdo do meu corpo. As diferenças entre ambos faziam-me sentir duas pessoas distintas convivendo em constante desequilíbrio. Torná-los idênticos foi meu norte durante um bom tempo. Hoje descubro que o importante mesmo é reconhecer as diferenças para poder harmonizá-los, passando a gerar ressonância pacífica entre minha razão e as sensibilidades criativas provenientes da minha alma de artista. Esta é a minha bio.lógica jornada do momento. Qual é a sua?
Pêndulo
“Ser ou não ser eis a questão”; este balanço Sheakspeariano, que até para letra de samba enredo serviu, condicionou mentes durante século. Pendulando entre o positivo e negativo, o Homem perdeu a flexibilidade dos movimentos circulares e a energia vital se desencontrou do rumo medular, construindo processos inquietantes no comportamento social. “Ser e não ser” ao mesmo tempo, harmonizando o pulsar da contração e expansão simultaneamente, é a única ordem capaz de conduzir ao real progresso. Vamos experimentar?
Des.coberta
Talvez inspirada pelas “2000 Léguas Submarinas” de Julio Verne, resolvi percorrer as águas profundas do meu oceano emocional. Afoguei-me muitas vezes. Hoje aprendi a usar submarinos e escafandros para observar minhas riquezas subaquáticas guardadas nas cavernas ósseas do meu ser.
Medo
Medo de perder o que tenho? Como assim, se eu sei que não me pertence o que é meu? Mais honesto é dizer; medo de perder a razão para fugir da loucura. Melhor deixar a lógica fluir tal qual sensibilidade para gerar low.cura!
Peixes
Netuno emerge das profundezas das águas e brada seu tridente! Chegou o momento de trazer à tona as verdades pescadas na roda zodiacal do ciclo existencial. Que sejamos capazes de reconhecer as impurezas ainda presentes, a fim de nos alimentarmos apenas do que nos servirá na próxima jornada!
Conclamação!
Bato tambores para conclamar meus sentimentos! Todos, inclusive os mais obscuros. Que venham cantar a alegria no Bloco Carnavalesco Eu sou Eu! Espero-os fantasiados trazendo belas alegorias. A performance irá nos preparar para a futura Escola de Samba Acadêmicos de Ameom!
BrincArte
Quantas personagens vivem em mim?! Conscientizá-las me deu muito trabalho, mas conviver com todas elas muito mais. São múltiplas, diversas, coloridas e ficam sempre brincando de pique esconde comigo. Crianças arteiras e travessas revitalizam minh’alma e enraízam a mulher brasileira que sou eu.
AventurAR
Na minha pré-adolescência brincava de me perder. Morava em Copacabana – anos 60. Entrava em algum ônibus circular e fechava as pálpebras; quando as abria ficava buscando com olhar dicas capazes que me sinalizassem onde estava. Excitava-me quando não sabia; aventurava-me no desconhecido. Naquela época a Selva de Pedra ainda permitia brincadeiras saudáveis de descobrimento que exercitava os sentidos. E agora? O como se descobre a vida?
Pecado
Gosto de ficar quieta, olhar vago perdido no espaço, mergulhada em mares e pensamentos desconexos. Ensinaram-me, desde a infância, que isto era maléfico; induzia à preguiça. Até o dia em que aprendi com Krihsnamurti que isto se chamava meditação e Ariano Suassuna sussurrou: é a fonte do artista! Passei a valorizar muito este meu pecado capital.
Questionar
Você é destra? Pra que lhe serve a mão esquerda? E se for canhoto? O que faria com a direita? Como você lida com esta simples diferença? Já parou para pensar sobre quantas coisas ela pode lhe ensinar sobre todas as outras?
Carnaval
Joãozinho Trinta disse: “Um povo que faz um espetáculo de carnaval como este é capaz de realizar qualquer coisa!” Comungo a mesma idéia, por isso aposto cada vez mais na estruturação de processos educacionais que sinalizem os reais valores cognitivos do povo brasileiro.
Pensar
O ato pessoal de pensar termina na pele; indo além se torna campo sócio-educacional e inter.fere na formação de outros pensamentos. Que tal re.ciclar a cada dia a fonte do seu PC orgânico?
Paz
Quando ofereço soluções a quem quer problemas, alimento o atrito e gero conflitos. Para semear a paz não basta conhecer as sementes; é fundamental querer aprender a aprender sobre o terreno onde e como serão plantadas.