24 de julho de 2011

MOITAKUÁ

Moitakuá ... 


... é fruto do desejo de dançar meu sOM.


Alimenta-se da magia do amor ...


...  e conduz à ARTE de Mestrar a Vida!!!!!

23 de julho de 2011

EU, dançarina de mim





Li outro dia a seguinte frase dirigida a mim: ”Estou ajudando alguém muito parecida comigo quando você me conheceu.” Pensei em seguida: “Como estava eu quando a conheci?”

Seguindo o pensamento comecei a desfiar o novelo de minhas estripulias do passado, com o intuito de rever minha c(u)oreografia. Senti, no momento da re.cor.da (a)ção, a cegueira dissipada aos poucos, iniciada nos três anos de trabalho dentro do Instituto Benjamim Constant, junto com Angel Vianna. Lendo e dançando com os cegos, amealhei questionamentos captados na vivência do impossível e do improvável. Com as crianças portadoras da Síndrome de Down na Pestalozzi, aprendi a ver anjos na terra. Conheci caminhos insondáveis de criação, alegria e simplicidade. Com os autistas, mergulhei no mutismo interno em que vivia. Vivia?

Bailarina profissional, colhendo os ensinamentos de Klauss Vianna, tornei-me pro-fessora de ballet e coreógrafa. Dentre os alunos, paraplégicos, tetraplégicos e amputados ensinaram-me a enxergar diversos tipos de deficiência motora. Comecei a reconhecer a imensa imobilidade, fruto da inflexibilidade energética proveniente da arrogância e prepotência; escudos necessários para camuflar o medo da insegurança. Desvendei mistérios sobre minhas deficiências na área da locomoção.

Como atriz, conheci os surdos-mudos, cujo gestual abriu-me imensos portais de comunicação corporal. Aprendi sobre o valor das mãos e da captação dos sons através da pele. Como estava surda para minhas emoções!

Na clínica para viciados, em trabalho doído e penoso, vivenciei nas entranhas as dependências químicas, todas conquistadas bem longe das drogas reconhecidas como tal. Ampliei a visão para as toxinas hormonais que meu Sistema Humano produzia, devido à retenção do fluxo/refluxo da essência vital.

No hospício, libertei a alma! Dra.Nise da Silveira, em poucos dias de partilha, sinalizou-me a arte reprimida que consumia minhas vísceras. Uma vez questionou-me: “Porque você tem tanto medo da sua capacidade de Ser artista?”

Um dia, outra frase gerou conexão; “Você não tem a menor consciência do valor do seu trabalho.” Proferida em inglês pelo Dr. Stèphano Sabetti, colocou-me durante muitos anos no calabouço das dúvidas do entendimento.

Foi esta matéria claudicante, perdida entre tantos aprendizados estarrecedores, sem saber as respostas para as imensas interrogações acumuladas, que encontrou quem me escreveu. Dançarina perdida dentro de um corpo expressivo, tido por meus mestres da dança como sendo um corpo inteligente. ??????

Fui aprendendo aos poucos, a rever ensinamentos, reestruturando-os. Ajudando o próximo, aprendi a recriar meu corpomente. Pari um método para objetivar a reorganização: Moitakuá.

Acabei por descobrir que, sendo mãe, havia despertado a criança.
Sendo avó, libertei-a para a brincadeira.

Com o apoio incondicional do Dr.Julio Parreira, ao meu lado há 28 anos, ainda estou me despedindo dos dramas fincados há milênios, em minha estrutura óssea.

Agora, pelo menos, sei que sou capaz de dançar a minha música, produzida pelo meu som!
Reverencio o maestro que a rege!! A cortina pode fechar; os aplausos me pertencem!

21 de julho de 2011

Dançando a rua

Por Moema Ameom
A dança de rua originou-se nos Estados Unidos, em 1929, época da quebra da bolsa de Nova York e da grande crise econômica. Músicos e dançarinos dos cabarés americanos urbanos, desempregados como conseqüência da crise, passaram a realizar suas performances nas ruas. [...] As músicas, independente do estilo de Street Dance, têm a batida forte como principal característica [...]
Quando o desespero toma conta do Sistema nada melhor do que colo de mãe, mesmo que seja a Mãe Natureza...orgânica. Se não tem espaço para buscar a mãe onde foi gerado o Homem cria processos que possam conduzi-lo de volta ao útero materno. As batidas fortes e ritmadas da Street Dance conduz a memória cognitiva ao resgate daquele momento vivenciado com plena proteção.  Lá, nas águas sangrentas, onde nada que venha do exterior machuca a alma, devido ao filtro mantido pelos processos emocionais do corpo que gesta movido pelo instinto de preservação.
Mais do que um estilo de dança influenciado por vários ritmos, a dança de rua sempre foi associada à cultura e a identidade negra, sobretudo a partir da década de 70.
Vamos bater os tambores da Mama África !!!
Relembrar a primitividade sempre é muito bem vindo quando os sentidos estão inundados de medo; quando olhamos ao redor e não encontramos saída. Nos momentos de caos, a razão perde o rumo do intelecto, do conhecimento linear e se une à sensibilidade. Esta união, feita à revelia dos desejos inseridos na coordenação motora por serem incontroláveis, conduz o homem ao caos. Nestes momentos só mesmo buscando o sagrado existente nas danças das ondas emocionais. Sem rumo, sem códigos, sem conceitos, apenas batendo os tambores para a.cor.dar o pulsar da vida.Busca-se intuitivamente auxiliar o coração nos movimentos vitais da sístole/diástole para que a materia não se desintegre. E viva a rua!...palco democrático de expressão!
http://www.infoescola.com/danca/danca-de-rua/

A dança do ventre

Por Moema Ameom
A origem é controversa. É comum atribuir a origem a rituais oferecidos em templos dedicados à deusa Ísis, em agradecimento à fertilidade feminina [...] É possível que alguns dos movimentos, como as ondulações abdominais, já fossem conhecidos no Antigo Egito, com o objetivo de ensinar às mulheres os movimentos de contração do parto. [...] a forma primitiva era considerada um ritual sagrado. A origem está relacionada aos cultos primitivos da Grande Deusa ou Mãe Cósmica. [...] Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento, dança ou ritmo cardíaco, que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade. As manifestações primitivas, cujos movimentos eram bem diferentes dos atualmente executados, tinham como objetivo através ritos o preparo de mulheres para se tornarem mães.
Movimentar a pélvis para nutrir os processos vitais do nascimento e não tão somente do ato de fecundar. Movimentar o corpo para nutrir a vida que está em forma.ata.(a)ção. Reconhecer o fluxo sanguíneo dos órgãos genitais através da conscientização de um movimento que gera dança e vice-versa. Fazer da sexualidade o alimento da criação – ato de Re.criar a criatividade dançada dos movimentos vitais!
Em que momento histórico o sagrado, direcionado ao sangue feminino, tomou o rumo da negação, por ser considerado empecilho ao apelo sexual? Quando começou a surgir na mente da mulher o repudio ao sangue pélvico produzindo o medo de sentir a dor da menstruação? O horror ao parto natural? O que levou o feminino ao distanciamento de seu campo sensorial responsável pela intercomunicação entre a capacidade de expandir para receber a vida e contrair para nutri-la com amor visceral? Como passaram a ser gestadas as matérias masculinas? Como passaram a conviver estes homens com seus processos de expansão, uma vez que os mesmos são decorrentes da energia (+) tida em profusão no corpo da mulher?  Como ficou o caminho da produção? Da potência dos seres humanos?
Mudaram a regência da vida, deram à estrela sol uma pré.posição masculina – O, Le, Il, - religando o yang (expansão) apenas ao homem. Como ficou a dança do ventre? Focada apenas no ato de seduzir para procriar. 
Perdeu o sagrado!