Por Moema Ameom
Existe (in)mim uma visão (des)regulada, (des)orientada, (des)ordenada que sempre me permitiu enxergar múltiplos níveis de realidade ao mesmo tempo. Não tivesse eu o genes da arte na corrente sanguínea....por genética, naturalidade e espiritualidade.
Busquei durante bom tempo ajustar o foco desta visão movida pelo desejo (in)desejado de adequá-la ao que se dizia ser normal. Quanto mais me exercitava fazendo uso dos conhecimentos adquiridos com as piruetas do Ballet Clássico, mais girava desarmonica.Mente à dança da vida, embaralhando a essência do Sistema Nervoso Central nas redes tensionadas do Periférico.
Fui perdendo o contato com a audição: o que ouvia? pra que? por que? O que fazer para ajustar as palavras ao som e à visão?
Perdia-me nos compassos por sentir-me descompassada; as pressões inter.feriam nos movimentos fluídicos da vida.
Adorava BRINCAR (ah! como é bom brincar!) de me perder; a sensação da perda de direção aplacava as ânsias do coração. Acho que assim re.criei a arte do meu Ser.
No Ballet Clássico ajustava a forma aos desejos alheios - raramente agradava -; as dificuldades técnicas eram imensas. Trancavam-me o ar. Desencontrava-me da emoção.
Na Dança Moderna, Contemporânea, Folclórica e Livre, rasgava a alma! Dominava a técnica e era feliz ...mas...não agradava a quem mais queria agradar: Cléo. De nada valia o meu prazer!
Nestes mares revoltos fui ajustando-me à vida navegando na SOBREvivência. Aprendi a absorver entendimento.
Cheguei aqui.
A visão ajusta-se às múltiplas realidades.
A audição afina as palavras ao som.
Brincando de bater tambor com meus ossos (ITA), mo(MO)vimento a águas (KUÁ) do meu Sistema.
A essência livre ilumina as trevas dos meus caminhos esquisitos, mal construídos para a grande maioria.
Minha consciência (in)consciente sinaliza o ponto: EU.
Este ponto (in)quieto, travesso, arteiro, brasileiro, não fica parado nem uma fração do segundo.
Rodopia em um espaço in.divi.dual onde conhecimentos e descobertas dançam no currupio.
E Salve João!
Eu perdi a cabeça....encontrei a VIDA!
Em 24/6/2014
Atualizações sobre os projetos idealizados e realizados por Moema Ameom, criadora de Moitakuá
25 de junho de 2014
21 de junho de 2014
DISTÂNCIA
Para que se possa medir objetivamente a distância entre 2 pontos, é preciso acreditar que esses 2 pontos não sairão do lugar.
Desta crença surge o desejo e o indesejado da humanidade; querer reter os pontos enquanto percebe e sente que eles dançam a sua revelia é uma das fontes da angústia, ansiedade e outras interpretações que se possa dar para " movimento retido".
O desgaste causado por este conflito interno é a causa dos atritos externos ( e vice-versa). Este círculo vicioso torna-se viciado intensificando a dependência nas cadeias familiar, social e ambiental.
Estando o campo viciado há milênios seculares (ou séculos milenares), como inserir novos conhecimentos e aprendizados? Como oferecer soluções a quem se nutre dos problemas causados pelos atritos psico-bio-físicos?
O fundamento dos processos de desintoxicação inicia-se quando as propostas de assimilação da verdade contida na DANÇA ESSENCIAL é aceita.
Com ela começamos a descontrair a distância linear tornando-a espiralada e cíclica; das ondas dos movimentos vitais surge o ato de brincar!
Moem Ameom
CAMINHOS MOITAKUENSES
Por Moema Ameom em 21/6/2014
A mente humana é investigativa, curiosa e criativa.
O Corpo Físico propõe múltiplos e infinitos movimentos, onde
a ânsia de transformar é constante. Em sua autonomia, cria e recria possibilidades
a cada segundo. Sendo sensorial, tudo capta e absorve. Sua coordenação motora
propicia uma infinidade de descobertas que se multiplicam no exato momento da
criação.
Se olharmos para este Sistema com visão ampla e irrestrita,
poderemos questionar; “Como fazer para
harmonizar e organizar tamanha profusão de processos vitais?”
De todos os sentidos, o Senso
de Observação torna-se muito valioso, pois dele surgirá a regulagem dos demais e o
ajuste dos mesmos aos movimentos do cotidiano.
Adequando a consciência às propostas da ação x reação
surgidas das experiências, convivências e partilhas, o Sistema Humano vai
gradativamente se (in)formando de acordo com o que sente e percebe.
Observando como
coloca estas captações em/na prática, torna-se capaz de se estruturar por
inteiro nas realidades que constrói, tornando-se responsável pela construção de
seus personagens harmonizando-os de maneira mais ressonante com a trilha sonora
do momento presente.
A DANÇA ESSENCIAL é um dos instrumentos de MOITAKUÁ que
sinaliza caminhos de construção nesta direção.
6 de junho de 2014
EU e meu EGO
Por Moema Ameom
Sendo filha, sou mãe; enquanto mãe, terapeuta; quando terapeuta, artista e mãe. Na arte, dançando representava e ao ser atriz, dançava. Mulher tal qual criança brincando de adolescência buscano amadurecer.
Sempre quis saber quem era EU.
Procurava por um rótulo que especificasse o caminho a seguir.
De onde será que vem este desejo entranhado da humanidade de se rotular? "preto/branco; bonito/feio; professore/diretor/ aluno; certo/errado..."
Será proveniente do desejo de ajustar o EGO?
Mas o EGO não será pura energia rotulada por alguém tão buscador quanto EU? Tão naturalmente confuso?
Quer dizer que sendo adulta não posso sentir-me criança? Estando triste não posso sentir-me feliz?
Por onde andará meu EGO? Provavelmente brincando com meu ID de esconde esconde ...pega pega só para assustar o SUPEREGO.
Mas... em se tratando do EU... este está se libertando de braços abertos para o Caos.
Acabou o tempo atemporal da Holofobia, onde a necessidade de controlar-me vinha de comandos alheios aos da minha verdade.
Neste EU que SOU sempre caberá mais algo, principalmente se for des.conhecido.
ELE ( que sou eu), adora aprender a aprender....
Com passos
sigo dançando
contra tempos!
5 de junho de 2014
Amante do amor
por
Moema Ameom em 5/6/2014
Transformei-me gradativamente em
amante do meu amor.
Tudo teve início quando comecei a me
relembrar dos tempos de namoro quando ele me ensinava a descobrir saídas ao
sentir-me encurralada, perdida nas emoções de adolescente, sem nem mesmo saber
identificar o que sentia.
Estendia-me suas mãos e conduzia-me
pelos corredores sombrios da imaginação, fazendo-me dançar as melodias difusas
do espírito em conflito.
Havia momentos em que se transformava em
paixão ampliando os impulsos no caos. Sufocava-me; fazia-me perder o rumo, o
chão e o foco.
Foram estes momentos que acabaram me
levando a aprisioná-lo dentro de mim. Tudo em nome de atitudes mais normais,
educadas, sociais; acreditei que assim fazendo encontraria o tão exigido
controle.
Casei com meu amor; impus-lhe regras e
dogmas. Resolvi domá-lo, ou melhor, domesticá-lo. Passei, com estas propostas,
a utilizar tudo que ele me dava em prol da tão desejada busca pelo equilíbrio. Surgiram os medos sem sentido. Não podia
senti-los sob pena de perder o casamento.
Impus-lhe condições cada vez mais
restritas.
Meu amor contorcia-se com tanta
violência dentro de mim, que as do(r)enças passaram a dilacerar as vísceras;
contorcia-se a mente; a alma morria aos poucos des.animada diante de tanta
prisão.
Existiam momentos, porém, em que sua
incondicionalidade tomava conta de mim. Quando dançava ou representava nos
palcos; quando era profissional da arte. Minhas personagens libertavam meu amor
do jugo da sociedade.
Até o momento em que gestei dois
seres.
Ganhei tanto amor dentro do meu amor
que transbordei. Mergulhei. Nadei nas turbulentas ondas da maternidade quando
ainda nem sabia como seriam as da maturidade.
Mas ele, meu amado companheiro,
pacientemente conduziu-me à luz de uma consciência plena de dúvidas onde
acertos e erros entrelaçaram-se nos sons do coração.
Foi assim, embalada pelas cantigas dos
risos, choros, gargalhadas e berros que fui redescobrindo o meu amor.
Hoje sou sua amante até que a
eternidade nos reúna diante da morte permanente. Não há compromissos além do
amor.
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