25 de junho de 2014

(in) EXISTENTE

Por Moema Ameom

Existe (in)mim uma visão (des)regulada, (des)orientada, (des)ordenada que sempre me permitiu enxergar múltiplos níveis de realidade ao mesmo tempo. Não tivesse eu o genes da arte na corrente sanguínea....por genética, naturalidade e espiritualidade.

Busquei durante bom tempo ajustar o foco desta visão movida pelo desejo (in)desejado de adequá-la ao que se dizia ser normal. Quanto mais me exercitava fazendo uso dos conhecimentos adquiridos com as piruetas do Ballet Clássico, mais girava desarmonica.Mente à dança da vida, embaralhando a essência do Sistema Nervoso Central nas redes tensionadas do Periférico.

Fui perdendo o contato com a audição: o que ouvia? pra que? por que? O que fazer para ajustar as palavras ao som e à visão?
Perdia-me nos compassos por sentir-me descompassada; as pressões inter.feriam nos movimentos fluídicos da vida.

Adorava BRINCAR (ah! como é bom brincar!) de me perder; a sensação da perda de direção aplacava as ânsias do coração. Acho que assim re.criei a arte do meu Ser.
No Ballet Clássico ajustava a forma aos desejos alheios - raramente agradava -; as dificuldades técnicas eram imensas. Trancavam-me o ar. Desencontrava-me da emoção.
Na Dança Moderna, Contemporânea, Folclórica e Livre, rasgava a alma! Dominava a técnica e era feliz ...mas...não agradava a quem mais queria agradar: Cléo. De nada valia o meu prazer!

Nestes mares revoltos fui ajustando-me à vida navegando na SOBREvivência. Aprendi a absorver entendimento.
Cheguei aqui.
A visão ajusta-se às múltiplas  realidades.
A audição afina as palavras ao som.

Brincando de bater tambor com meus ossos (ITA), mo(MO)vimento a águas (KUÁ) do meu Sistema.
A essência livre ilumina as trevas dos meus caminhos esquisitos, mal construídos para a grande maioria.

Minha consciência (in)consciente sinaliza o ponto: EU.
Este ponto (in)quieto, travesso, arteiro, brasileiro, não fica parado nem uma fração do segundo.

Rodopia em um espaço in.divi.dual onde conhecimentos e descobertas dançam no currupio.

E Salve João!
Eu perdi a cabeça....encontrei a VIDA!

Em 24/6/2014

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