8 de julho de 2013

A ARTE DE VIVER e seus movimentos vitais.


Por Moema Ameom

Viver a vida é representar o destino.

Drama.turgica.mente re.di(ri)gimos os Movimentos Vitais do nosso Sistema Humano, fazendo do Corpo Ósseo – Ita -  o leito do rio por onde evoluem as águas do Corpo Físico – Kuá. As emanações destes processos criam (e recriam) o Corpo Etéreo – projetor das ações e reações contidas na medula – Sistema Nervoso Central.  O que sai de Ita retorna a Ita. O poder transformador encontra-se em Kuá e na maneira como utilizamos o que aprendemos para (re)direcionar seus fluxos e refluxos – Sistema Nervoso Periférico. Assim entende e ensina Moitakuá.

Os roteiros escritos nos inspiram e fazem com que possamos dançar as correntezas ou correntes neles inseridos c(u)oreo.grafando-os de acordo (ou não) com o que aprendemos a fazê-lo. Criamos personagens, montamos cenários, adereços, figurinos e mapas de iluminação. A de.coração fica por conta do pulsar vital, uma vez que este, simplesmente existe.

Se (e quando) quisermos gestar e procriar a Arte de Viver, transformadora da existência é preciso aprender a expirar. Esta ação nos coloca diante de pir(a)ações que desregulam a sensação de poder e controle; desmorona o desejo de organizar o que já se “organisma” por si só; ou seja, damos aos aparelhos autônomos do organismo (digestivo, respiratório, circulatório e demais) a possibilidade de assumir seus verdadeiros papéis no cotidiano (sem dramas).

É precisa a ação de Expirar aprendizados. Sua finalidade mantém as vísceras apenas com o que irá fomentar e alimentar os mecanismos das coordenações motoras de maneira ressonante e harmônica com a real capacidade do biorritmo. Afinam-se os instrumentos, a orquestra ganha capacidade de seguir o Maestro, propagando ondas sonoras de extrema qualidade. Faz bem aos ouvidos o som do Sistema Humano quando em equilíbrio com sua Arte. Para caminhar por estas pedras (Ita), basta querer apreender o aprendizado. Ab.sorvê-lo como AR (água em sua tênue expressão).

Ao expirar a vida, tornamo-nos os únicos responsáveis pelo desenrolar do novelo (ou novela) que nos propomos a escrever; isto porque, após a limpeza orgânica, restarão em nossas mãos poucas palavras sem nexo às quais precisaremos dar sentido. A fim de realizar tal tarefa, é imprescindível a total entrega ao incômodo da expiração, pois será este movimento que ampliará o senso cognitivo conduzindo a inspiração às absorções do momento. Se não esvaziamos o pote, passamos a repetir o texto modificando apenas a intenção contida na interpretação. O Ser torna-se uma pantomima de cenas já encenadas, onde a interpretação não ganha a potência da individualidade. As modificações tornam as máscaras mais aderidas às faces (de silicone, talvez) devido ao grau de conhecimento que adquirimos no percurso do aprendizado. Podemos inclusive denominar esta evolução de Livre Arbítro, o que nos isenta de qualquer culpa e responsabilidade. Não reconhecemos emoção como sendo o núcleo de todas as moções da existência.

 Não ouvimos, vemos ou falamos em uníssono com o som que produzimos em nosso instrumento. A camuflagem não permite o desenvolvimento do talento artístico uma vez que este não amadurece na própria experiência corpórea.  Ficamos como uma flauta (seja doce ou transversa) que não pode ser tocada, ou é mal manipulada, porque o ar não flui (apenas passa) em seus orifícios (espaços intervertebrais) como deveria fluIR. Distorce a qualidade. A Energia Vital se encolhe para não ouvir desafi (ti)nos.

No Corpo Ósseo (Id) coletamos e armazenamos temas provenientes de vivências passadas no tempo atual ou em outros já experimentados. O Id (a criança interior) forma nossa matéria (desde o útero materno) com sua sabedoria quântica proveniente de nano partículas sinápticas que se proliferam a cada fração de segundo dentro da Caixa Craniana – parte do Corpo Físico -, assim como na plenitude do Universo que nos cerca. Utilizando esta potência energética podemos nos propor a ler estes temas para desenvolvermos outros escritos por nós ou fazermos de conta que estamos inventando tudo novo. Re-ler, re.ver ou re.inventar algo com o que já existe, desenvolve a capacidade de ampliar percepções e sensações, o que nos torna cada vez mais criativos diante da nossa própria Arte. 

Se escolhermos fazer de conta que somos os grandes inventores da nossa existência, caímos no enaltecimento da ilusão e nos perdemos na pré.potência onde a transformação passa a ser vista como sendo mudança.  Tornamo-nos AR...rogantes e deixamos de expirar. Acumulamos inspirações e nos sentimos criadores de múltiplos artefatos para ampliar a sensação de que temos o poder e com ele controlamos a vida. Assim sendo jamais seremos capazes de ouvir o retorno das platéias por onde passamos e deixamos de dar valor às ondas de retorno (feed backs) que elas nos dão. Jamais seremos considerados loucos. Não mergulharemos em nossa Low.cura.Percorreremos os processos de Sobrevivência fixados nos mares da certeza onde cultivamos o medo de errar e onde o medo de perder nos impede de ganhar. Ganhar o novo.

É assim que nossa história empobrece. Mediocriza-se. Minimiza-se e torna-se enfadonha, desmotivadora e des.animada. Sem anima. Nossa alma mora ao lado de nós e não in.nós. Circula pelo Corpo Etéreo (Superego) sem saber como pousar no Corpo Físico (Ego). Não encarna. Sem encarnar, como poderá romper as retenções desreguladoras criadas nas redes do Sistema Nervoso Periférico (simpático, parassimpático, vegetativo)? Com redes descompensadas, como ampliar a capacidade cognitiva que dá apoio à renovação sistêmica? Visceral.mente entupidos no/pelo Ego através do Superego, como encontrar os conhecimentos acumulados no Corpo Ósseo?

Se... somos movidos à alma, e esta é nossa Energia Vital, porque perdemos o contato com ela?

 Se... ela existe na medula óssea, e esta alimenta o Sistema Nervoso Central, o que faz com que não saibamos brincar com ela?

Bastaria que quiséssemos reaprender a expirar natural...mente.

Se não tivéssemos desaprendido a como fazê-lo, poderíamos ser exímios escritores de novos temas extraindo de nossos “bancos de dados” estímulos para a Dança da Vida.
Não precisaríamos entupir os pulmões de fumaça para adquirirmos a sensação que temos ar. Talvez não tivéssemos construído tantas fábricas, não teríamos cortado tantas árvores e não teríamos poluído nossos processos emocionais com tantas histórias com o mesmo fim que nada nos ensinam de re.novador, só inova(a)dor.

Acessar esta margem de aprendizado é acessar a capacidade de ser o criador de uma  coreografia diferente. Nem melhor nem pior apenas diferente por ser individual. Nela a grafia torna-se responsável por caminhos desconhecidos ao Ser que a constrói. De novo terá apenas o texto porque em se tratando de cuore será uníssono ao pulsar de Kairós.

Aprender a bailar com a lógica de Cronos será o grande desafio. Risco que alimenta a curiosidade e revitaliza o Sistema, mesmo quando nos coloca em altos vagalhões de emoção. Aprendemos a sentir a potência interna em diversos níveis. Convivemos com a morte e fazemos dela nossa aliada na Arte de Viver!

Cuiabá, 8 de julho de 2013



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