Por Moema Ameom
Viver a vida é representar o
destino.
Drama.turgica.mente
re.di(ri)gimos os Movimentos
Vitais do nosso Sistema Humano, fazendo do Corpo Ósseo – Ita - o leito do rio
por onde evoluem as águas do Corpo Físico – Kuá. As emanações destes processos criam (e recriam) o Corpo
Etéreo – projetor das ações e reações contidas na medula – Sistema Nervoso
Central. O que sai de Ita retorna a Ita. O
poder transformador encontra-se em Kuá e
na maneira como utilizamos o que aprendemos para (re)direcionar seus
fluxos e refluxos – Sistema Nervoso Periférico. Assim entende e ensina Moitakuá.
Os roteiros escritos nos inspiram e fazem com que possamos
dançar as correntezas ou correntes neles inseridos c(u)oreo.grafando-os de
acordo (ou não) com o que aprendemos a fazê-lo. Criamos personagens, montamos
cenários, adereços, figurinos e mapas de iluminação. A de.coração fica por
conta do pulsar vital, uma vez que este, simplesmente existe.
Se (e quando) quisermos gestar e
procriar a Arte de Viver, transformadora da existência é preciso aprender a expirar. Esta ação nos coloca diante de pir(a)ações que desregulam a
sensação de poder e controle; desmorona o desejo de organizar o que já se
“organisma” por si só; ou seja, damos aos aparelhos autônomos do organismo
(digestivo, respiratório, circulatório e demais) a possibilidade de assumir
seus verdadeiros papéis no cotidiano (sem dramas).
É precisa a ação de Expirar aprendizados. Sua finalidade
mantém as vísceras apenas com o que
irá fomentar e alimentar os mecanismos das coordenações motoras de maneira
ressonante e harmônica com a real capacidade do biorritmo. Afinam-se os
instrumentos, a orquestra ganha capacidade de seguir o Maestro, propagando
ondas sonoras de extrema qualidade. Faz bem aos ouvidos o som do Sistema Humano
quando em equilíbrio com sua Arte. Para caminhar por estas pedras (Ita), basta
querer apreender o aprendizado. Ab.sorvê-lo como AR (água em sua tênue
expressão).
Ao expirar a vida, tornamo-nos os
únicos responsáveis pelo desenrolar do novelo (ou novela) que nos propomos a
escrever; isto porque, após a limpeza orgânica, restarão em nossas mãos poucas
palavras sem nexo às quais precisaremos dar sentido. A fim de realizar tal
tarefa, é imprescindível a total entrega ao incômodo da expiração, pois será
este movimento que ampliará o senso cognitivo conduzindo a inspiração às
absorções do momento. Se não esvaziamos o pote, passamos a repetir o texto
modificando apenas a intenção contida na interpretação. O Ser torna-se uma
pantomima de cenas já encenadas, onde a interpretação não ganha a potência da
individualidade. As modificações tornam as máscaras mais aderidas às faces (de
silicone, talvez) devido ao grau de conhecimento que adquirimos no percurso do
aprendizado. Podemos inclusive denominar esta evolução de Livre Arbítro, o que nos isenta de qualquer culpa e
responsabilidade. Não reconhecemos emoção como sendo o núcleo de todas as
moções da existência.
Não ouvimos, vemos ou falamos em uníssono com o som que
produzimos em nosso instrumento. A camuflagem não permite o desenvolvimento do
talento artístico uma vez que este não amadurece na própria experiência
corpórea. Ficamos como uma flauta (seja
doce ou transversa) que não pode ser tocada, ou é mal manipulada, porque o ar
não flui (apenas passa) em seus orifícios (espaços intervertebrais) como
deveria fluIR. Distorce a qualidade. A Energia Vital se encolhe para não ouvir
desafi (ti)nos.
No Corpo Ósseo (Id) coletamos e
armazenamos temas provenientes de vivências passadas no tempo atual ou em
outros já experimentados. O Id (a criança interior) forma nossa matéria (desde
o útero materno) com sua sabedoria quântica proveniente de nano partículas
sinápticas que se proliferam a cada fração de segundo dentro da Caixa Craniana
– parte do Corpo Físico -, assim como na plenitude do Universo que nos cerca.
Utilizando esta potência energética podemos nos propor a ler estes temas para
desenvolvermos outros escritos por nós ou fazermos de conta que estamos
inventando tudo novo. Re-ler, re.ver ou re.inventar algo com o que já existe,
desenvolve a capacidade de ampliar percepções e sensações, o que nos torna cada
vez mais criativos diante da nossa
própria Arte.
Se escolhermos fazer de conta que
somos os grandes inventores da nossa existência, caímos no enaltecimento da
ilusão e nos perdemos na pré.potência onde a transformação passa a ser vista
como sendo mudança. Tornamo-nos
AR...rogantes e deixamos de expirar. Acumulamos inspirações e nos sentimos
criadores de múltiplos artefatos para ampliar a sensação de que temos o poder e com ele controlamos a vida. Assim sendo jamais seremos capazes de ouvir o
retorno das platéias por onde passamos e deixamos de dar valor às ondas de
retorno (feed backs) que elas nos dão. Jamais seremos considerados loucos. Não
mergulharemos em nossa Low.cura.Percorreremos
os processos de Sobrevivência
fixados nos mares da certeza onde cultivamos o medo de errar e onde o medo de perder nos impede de ganhar. Ganhar o novo.
É assim que nossa história
empobrece. Mediocriza-se. Minimiza-se e torna-se enfadonha, desmotivadora e
des.animada. Sem anima. Nossa alma mora ao lado de nós e não in.nós. Circula
pelo Corpo Etéreo (Superego) sem saber como pousar no Corpo Físico (Ego). Não
encarna. Sem encarnar, como poderá romper as retenções desreguladoras criadas
nas redes do Sistema Nervoso Periférico (simpático, parassimpático,
vegetativo)? Com redes descompensadas, como ampliar a capacidade cognitiva que
dá apoio à renovação sistêmica? Visceral.mente entupidos no/pelo Ego através do
Superego, como encontrar os conhecimentos acumulados no Corpo Ósseo?
Se... somos movidos à alma, e
esta é nossa Energia Vital, porque perdemos o contato com ela?
Se... ela existe na medula óssea, e esta
alimenta o Sistema Nervoso Central, o que faz com que não saibamos brincar com
ela?
Bastaria que quiséssemos
reaprender a expirar natural...mente.
Se não tivéssemos desaprendido a
como fazê-lo, poderíamos ser exímios escritores de novos temas extraindo de
nossos “bancos de dados” estímulos para a Dança da Vida.
Não precisaríamos entupir os
pulmões de fumaça para adquirirmos a sensação que temos ar. Talvez não
tivéssemos construído tantas fábricas, não teríamos cortado tantas árvores e
não teríamos poluído nossos processos emocionais com tantas histórias com o
mesmo fim que nada nos ensinam de re.novador, só inova(a)dor.
Acessar esta margem de
aprendizado é acessar a capacidade de ser o criador de uma coreografia diferente. Nem melhor nem pior
apenas diferente por ser individual. Nela a grafia torna-se responsável por
caminhos desconhecidos ao Ser que a constrói. De novo terá apenas o texto
porque em se tratando de cuore será
uníssono ao pulsar de Kairós.
Aprender a bailar com a lógica de
Cronos será o grande desafio. Risco que alimenta a curiosidade e revitaliza o Sistema, mesmo quando nos coloca em
altos vagalhões de emoção. Aprendemos a sentir a potência interna em diversos
níveis. Convivemos com a morte e fazemos dela nossa aliada na Arte de Viver!
Cuiabá, 8 de julho de 2013
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