O palco, para mim, é
um templo e a arte, minha mais verdadeira e profunda religião.
É ela quem me religa
ao divino da existência; ao imponderável, inexistente, inimaginável,
inexplicável e impossível.
Vem dela o que me
envolve e revolta; o que me faz brincar de ser.
Esta gota de
conscientização que acaba de me complementar, possibilita-me ver, ao olhar para
trás,os malefícios
causados em mim, pela convivência com a mediocridade proveniente dos conceitos deturpadores
da arte.
Independentemente de qual seja o palco onde estou, seja ele a cozinha
de minha casa, o ônibus que me leva ao trabalho, o supermercado, a pracinha
onde observo minha neta brincando, o banheiro onde vou defecar, a praia, a
montanha ou até mesmo aquele espaço que clareia e justifica o nome, a artista
se manifesta no ato de respirar, superar, arriscar, ousar e amar!
Com pura magia o AR
tudo transforma. Ele é o grande artista. O Deus Maior! Ele produz o sOM e este
cria e recria as formas.
SIM.
Foi longa e extenuante
a caminhada!
Foi densa, tensa e sufocante.
Fiz-me refém e libertei-me!
Sentei
no banco dos réus, julguei-me, critiquei-me, aprisionei-me e muito me puni.
Mas, agora, ab-solvida, acendo as luzes do meu camarim e, devidamente bem
maquiada por minhas ex.pressões, visto o belo figurino que o tempo desenhou em
minha pele e entro em cena sem precisar de aplausos.
Vou para extrair o prazer
do meu sucesso interior! Faço do vazio e do silêncio a perfeição!
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