por Moema Ameom
“Aprender a aprender pode se constituir num dos mais importantes processos para nosso crescimento. É porém, com muita freqüência, o mais negligenciado. Na medida que aprendemos quem somos nós, o estudo e a pesquisa de como nós somos, torna o quem somos nós um aspecto central daquela experiência.”
Com este parágrafo o Dr. Stèphano Sabetti iniciou o prefácio (tradução de Paulo Vinhosa) que fez para meu livro “Uma Viagem em busca do meu Umbigo”.
Tanto na escrita quanto na prática da Life Energy Therapy®; nos atendimentos individuais e estudos de grupo que desenvolvi com ele, este foi o maior de todos os ensinamentos que o mestre me doou.
Olhar o próximo como um espelho do meu ego. Saber que os incômodos, aflições e perturbações sentidas, percebidas e vivenciadas com o outro, nada mais são do que uma leitura da minha incapacidade de aprender a aprender comigo mesma.
Tal qual quando nos deparamos com uma prova que se apresenta difícil porque não dedicamos atenção necessária no estudo da matéria. Na grande maioria das vezes pensamos: “Este professor tinha que dar justo este ponto? Só pode ser azar...perseguição...implicância...”
Também podemos, vestir a personagem da vítima carregando o fardo da culpa. “Eu devia ter estudado este ponto... porque fui ao cinema ao invés de estudar mais?”
Onde colocamos os sentimentos neste caso? Em quem nos convidou para sair? Na nossa inabilidade com os livros? Quem será responsabilizado pelas nossas faltas?
Por aí seguimos catalogando os defeitos dos outros; os erros da vida. Sentimos raiva ... do outro. Ficamos magoados... com o outro. Entristecemos a alma...por causa dos outros! Esquecemos que todos os sentimentos são resultados da nossa própria interpretação.
Grandes poderes transformadores damos aos outros! E assim enfraquecemos cada vez mais a nossa potência vital, por não termos aprendido a como aplicar o que nos cabe em nós mesmos. Assim é a construção mental que vimos aplicando na formação da humanidade no decorrer de milênios.
Seja por caminhos antroposóficos, sociológicos, filosóficos, políticos, religiosos, pedagógicos ou didáticos, os rumos históricos foram sendo construídos no sentido de distanciar o ser humano do aprendizado consigo mesmo.
Em que momento deixamos de aplicar nas ações e reações pessoais as potências por elas produzidas no organismo? Por que nos desviamos da nossa rota interior? O que nos faz submergir, afogar, colapsar diante de nós? Qual a função da manutenção do atrito que é buscado incessantemente para dar significado à vida?
Por que torna-se incômodo tirar 2 ao invés de 10 na prova? O faz com que nos vangloriemos diante do 10? O que pode acontecer se a nota for sempre a mesma?
Passei 12 anos percorrendo os novos caminhos de aprendizado que o mestre me deu para seguir.
Hoje sei que aqui cheguei a 62 anos trazendo na bagagem pleno conhecimento sobre onde e como aplicar minha sabedoria. O curso do rio desviou-se, o que me causou esforço, muito esforço, para nadar nele. Realizar o desejo tornou-se exaustivo por demais. Cansativo. Desprazeroso.
Hoje sei que aqui cheguei a 62 anos trazendo na bagagem pleno conhecimento sobre onde e como aplicar minha sabedoria. O curso do rio desviou-se, o que me causou esforço, muito esforço, para nadar nele. Realizar o desejo tornou-se exaustivo por demais. Cansativo. Desprazeroso.
Agora, finalmente sei o que e como fazer para assumir este Ser que ganhou identidade própria. Penso. Faço dos meus pensamentos a fonte dos meus aprendizados.
Aprendo a aprender com a transformação que eles fazem em mim, a partir do momento que os aplico em minhas ações, sem medo de errar e sem querer acertar.
Ajusto-os aos movimentos vitais que regem minhas motivações e locomoções. Reajusto-os a cada segundo, usando como exemplo minhas próprias atitudes e expressões. Vejo-as refletidas nos outros e sei identificá-las como sendo minhas.
O próximo é muito bem vindo; seja quem for e o que trouxer para mim, pois será sempre um belo espelho para o meu crescimento. Aprendi a aplicar a fonte inesgotável de amor que produzo para nutrir minha dança.Tornei-me auto-sustentável! Auto existente!
É assim, senhora do meu destino, que dou início a mais um fluxo de retorno que me foi presenteado pela vida, assumindo o cargo de Coordenadora de Professores da Escola de Dança MovimentARTE.
Sabedora que muito terei que aprender a aprender com os espelhos que diante de mim surgirão. Conheço bem esta coreografia.
Que venham os verdadeiros aprendizados!!!
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